A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) interrompeu, no início
da noite desta terça-feira (12), o leilão das faixas de frequência para
oferta de serviço da telefonia e banda larga móvel de quarta geração
(4G). A licitação será retomada nesta quarta-feira (13), a partir das
9h.
Foram arrecadados pela agência, até o momento, R$ 2,724 bilhões, ágio
médio de 34,37% sobre o valor mínimo somado dos lotes arrematados, que é
de R$ 2,027 bilhões.
Nesta quarta-feira, a agência vai terminar de leiloar 33 lotes que dão
direito a exploração regional do serviço e que ainda não tiveram as
propostas abertas. Além disso, outros 36 lotes, também regionais e que
não tiveram interessados nessa primeira fase, serão encaminhados para
uma segunda rodada do leilão.
Lotes nacionais
O leilão teve início com a disputa pelos quatro lotes que dão direito a explorar o 4G em todo o país. Claro, Vivo,
TIM e Oi, levaram os quatro lotes oferecidos, por R$ 844,518 milhões,
R$ 1,05 bilhão, R$ 340 milhões e R$ 330,851 milhões, respectivamente.
O total arrecadado pela Anatel
apenas com os quatro lotes foi R$ 2,565 bilhões, ágio de 35,69% em
relação ao valor mínimo exigido pela agência para eles: R$ 1,890 bilhão.
Os lotes “W” e “X”, adquiridos por Claro e Vivo, eram os principais do
leilão desta terça-feira pois possuem o maior “tamanho”: de 20 MHz.
Esses dois lotes vão permitir às empresas oferecer o dobro da capacidade
de transmissão de dados e, consequentemente, também possuem um
potencial maior de abrigar clientes, em relação àqueles arrematados por TIM e Oi, que têm 10 MHz de “tamanho”.
Pela regra do leilão, o primeiro lote oferecido foi o da frequência de
450 MHz, para oferta da telefonia e internet móvel na área rural.
Entretanto, nenhuma empresa fez oferta para operar o serviço. Com isso,
as quatro vencedoras dos lotes nacionais do 4G ficam obrigadas a também
fazer os investimentos necessários para oferta da telefonia rural,
conforme prevê o edital.
Lotes regionais
Um total de 24 lotes regionais foram arrematados durante a tarde desta
terça-feira, 10 deles dedicados à banda “P” (banda larga 4G móvel) e
outros 14 à banda “U” (banda larga 4G fixa) em diversas partes do país.
A empresa TV Filme, controlada pela Sky, ficou com 12 lotes e pagou por eles R$ 90,5 milhões. A Oi
arrematou outros 6, pelos quais desembolsou R$ 14,3 milhões. A TIM
gastou outros R$ 34,8 milhões em 4 lotes. Já a Sunrise, empresa do grupo
do investidor George Soros, adquiriu 2 lotes por R$ 19 milhões.
Satisfeito
O presidente da Anatel, João Rezende, disse que ficou satisfeito com o
resultado parcial do leilão, em especial com o arrecadado pela agência
com os quatro lotes nacionais.
O presidente da Oi, Francisco Valim, disse que a empresa vai fazer
investimento de R$ 24 bilhões nos próximos quatro anos e que, nesse
valor, já estão incluídos os gastos para implantar o 4G.
Na avaliação dele, a maior parte dos clientes do 4G devem usar o
serviço através de modem – banda larga móvel para computadores. Segundo
ele, os smartphones compatíveis com a tecnologia 4G devem chegar ao país
com valor muito alto (cerca de R$ 3 mil).
Além disso, os planos de dados para esses aparelhos também devem ser um
pouco mais caros. Ele não soube dizer quanto devem custar no Brasil,
mas apontou que, em outros países, esses pacotes custam, em média, R$ 70
dólares (aproximadamente R$ 150) por mês.
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