O poderoso vírus de computador Flame é capaz não apenas de espionar mas
de sabotar sistemas de computação, e é provável que tenha sido usado
para atacar o Irã em abril, de acordo com a Symantec, uma grande companhia de segurança na computação.
O Irã havia acusado o Flame de causar perda de dados nos computadores
do principal terminal de exportação de petróleo e no Ministério do
Petróleo do país. Mas antes da descoberta da Symantec, os especialistas
haviam descoberto apenas provas de que o programa espionava conversações
entre computadores infectados, e roubava dados.
Vikram Thakur, pesquisador da Symantec, informou na quinta-feira (21)
que a companhia agora identificou um componente do Flame que permite que
operadores apaguem arquivos de computadores, o que significa que o
vírus pode causar problemas em programas importantes ou desabilitar
completamente um sistema operacional.
"Eles têm a capacidade de apagar tudo que está armazenado em um
computador", disse Thakur. "Não é algo teórico, mas sim uma capacidade
concreta e presente".
O Flame surgiu pelo menos cinco anos atrás e é o mais sofisticado
programa de espionagem cibernética já descoberto. Pesquisadores vêm
correndo para compreender melhor suas capacidades desde que a Kaspersky
Lab, de Moscou, identificou o Flame em maio, depois que uma agência da
ONU convidou a companhia de segurança na computação a estudar um vírus
que, segundo o Irã, havia sabotado computadores no país, apagando dados
importantes.
Na semana passada, pesquisadores da Kaspersky Lab associaram parte do
código do Flame ao Stuxnet, arma cibernética supostamente usada pelos Estados Unidos
e Israel para atacar o programa nuclear do Irã. A Symantec confirmou
posteriormente que o Flame e o Stuxnet usam trechos comuns de código.
Funcionários e ex-funcionários dos serviços de segurança
norte-americanos disseram à Reuters esta semana que os EUA haviam
participado da criação do Flame. O jornal Washington Post reportou que
os EUA e Israel haviam desenvolvido o Flame juntos, para recolher
informações sobre o programa nuclear do Irã.
O Irã se queixou de novo da ameaça de ataques a seus computadores,
quinta-feira, dizendo ter detectado planos dos EUA, Israel e Reino Unido
para um ataque "maciço", depois do fracasso de negociações sobre as
atividades nucleares de Teerã. Não se sabe se estavam se referindo ao
Flame ou a outro vírus.
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