Os dois novos tablets da Microsoft não representam uma ameaça para o iPad, da Apple,
visto o pouco entusiasmo entre programadores para criar aplicativos
para o novo sistema operacional Windows, disseram analistas.
A Microsoft apresentou sua linha de tablets "Surface" na segunda-feira
(18), criando concorrência não apenas para a Apple, mas também para seus
parceiros fabricantes de hardware, como Samsung Electronics e
Hewlett-Packard.
"Ainda que os detalhes de preço não estejam claros, a Microsoft terá de
vender por preço muito inferior ao do iPad se deseja ser competitiva",
disse Peter Misek, analista da Jefferies.
O tablet Surface terá duas versões, uma com Windows RT e baseada na
arquitetura de chips usada na maioria dos demais tablets, e a outra, de
melhor desempenho, usando o Windows Pro 8, que tem processador Intel
Core i5.
"O fator mais importante para o sucesso de um tablet é o ecossistema.
Com base em nossas discussões com programadores, consideramos que a
falta de entusiasmo da parte deles é preocupante", disse Misek.
Ele estima problemas para os tablets Windows 8 na concorrência com o
iPad, que oferece mais de 225 mil aplicativos, e, em menor dimensão,
também diante dos tablets acionados pelo Google Android, como o Galaxy Tab, da Samsung.
A versão menor e mais leve do Microsoft
Surface pretende concorrer diretamente com o iPad, e a segunda, mais
pesada, tem como alvo a nova geração de notebooks de baixo peso, o que
colocaria a empresa em concorrência com grandes fabricantes de
computadores pessoais.
Mas vender duas versões do tablet nos mesmos canais de varejo
confundirá os consumidores, segundo analistas da Jefferies, Forrester
Research e ThinkEquity.
"Escolha é um princípio chave do Windows, mas escolha demais incomoda
os consumidores", afirmou a Forrester Research. "A Apple compreende o
fato e limita as opções quanto ao iPad a conectividade, memória e cores
preta ou branca".
Mas alguns analistas acreditam que o uso de um teclado embutido na
cobertura do aparelho, e uma política agressiva de preço, podem ajudar a
Microsoft a ganhar mercado.
"O teclado, um acessório simples, é o que torna o aparelho mais
atraente, porque preserva uma interface tradicional que, em nossa
opinião, muitos usuários apreciam integrada à sutileza de uma cobertura
protetora, algo que a maior parte dos usuários vai desejar", disse
Walter Pritchard, analista do Citi.
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