Para Reed Hastings, presidente da Netflix, "os brasileiros ainda não entenderam como o serviço de vídeos funciona". "Para a maioria das pessoas no mundo, a TV pela internet é uma coisa estranha. É uma ideia nova. Mas, por ser algo novo, as pessoas estão testando o Netflix e fazendo um 'boca-a-boca', o que tem sido muito bom para nós", disse o executivo em entrevista ao G1. "Leva-se alguns anos nos novos mercados que entramos para que os usuários aprendam a usar o serviço".
Hastings está no país para comemorar o primeiro aniversário do Netflix brasileiro, lançado por aqui em 5 de setembro do ano passado.
Em 12 meses de operação local, a empresa afirma ter alcançado 1 milhão de usuários na América Latina. Nos Estados Unidos, maior mercado do site de streaming, há 24 milhões de assinantes. Para Hastings, a quantidade de usuários na região ajudou a conseguir mais conteúdo e filmes exclusivos logo depois que saíram do cinema como "O Artista" e "Jogos Vorazes".
"É uma questão de dinheiro. Conseguimos filmes deste porte por conta do nosso número de usuários na América Latina, o que nos deu verba para comprar a licença destas produções", explica. "Concordo com os assinantes brasileiros. Acho que deveríamos ter todo o conteúdo [em termos de lançamento nas locadoras]. Estamos trabalhando para isso".
Hastings destaca que os problemas de fazer o Netflix crescer no Brasil estão na pirataria e nos planos de acesso à internet com download limitado. "Pense em uma quinta-feira à noite: você pode chegar em casa e assistir ao Netflix, jogar videogame, assistir TV a cabo ou aberta, assistir a um DVD pirata ou baixar um torrent. Estes são nossos concorrentes".
Assistindo ao Netflix no controle do Wii U
(Foto: Gustavo Petró/G1)
"Outro grande problema aqui são planos de banda larga com limite de
download de 20 GB, 40 GB. Nos Estados Unidos, os limites são muito mais
altos, de 300 GB, e não há limites no Reino Unido. Sei que os
brasileiros não gostam disso. Quem gosta é a operadora, mas ter este
limite é um problema". Hastings explicou que, como a internet fica lenta
ou o usuário paga a mais caso ultrapasse este limite, a qualidade do
Netflix em termos de imagem e do preço - o site conta R$ 15 por mês -
fica aquém do que a empresa espera.(Foto: Gustavo Petró/G1)
Sumiço de filmes
Há alguns dias, filmes e seriados presentes no Netflix continham um aviso de que teriam a licença expirada e, por isso, poderiam ser assistidos apenas até uma determinada data. Com isso, cerca de 750 filmes sairiam do catálogo do site já a partir do dia 1º de setembro, o que gerou reclamações de usuários.
Hastings explica que o Neflix trabalha com licenças de filmes por períodos e para regiões, o que faz o site ter determinados conteúdos nos EUA que não estão no Brasil e vice-versa - como é o caso de "Jogos Vorazes", presente apenas na América Latina. "Quando este contrato termina, nós renovamos, o que faz o filme nem chegar a sair do catálogo. Os usuários nem percebem".
O Netflix também estuda criar perfis diferentes para usuários da mesma conta. O objetivo é que o serviço consiga recomendar filmes referentes aos gostos de cada pessoa e evitar que, principalmente para quem tem filhos, que muitos desenhos animados apareçam nas
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