Nos primeiros Jogos Olímpicos após a popularização dos smartphones, os
usuários inverteram a forma de usar os celulares em Londres em
comparação com Pequim, em 2008.
Durante as Olimpíadas na cidade britânica, o tráfego das redes de
telefonia móvel era 80% de acesso à internet e 20% de voz. Na China, o
número era oposto: 80% do tráfego eram voz, contra 20% de dados.
As informações foram divulgadas na terça-feira (28) pelo balanço da
Huawei, realizado em parceria com a consultoria Teleco, em um especial
sobre como o órgão regulador das telecomunicações do Reino Unido e as
operadoras de Londres se prepararam para os Jogos Olímpicos. Para a Copa
de 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016, o tráfego de dados irá se
destacar, correspondendo mais de 95% do total, conforme a pesquisa.
“Com os smartphones, no momento dos jogos, o usuário não fica falando
no celular, mas quer mandar mensagens e saber o que está acontecendo.
Então, esse tipo de tráfego explodiu”, diz Eduardo Tude, presidente da
consultoria Teleco.
Para atender a demanda dos usuários durante os Jogos, a rede da British
Telecom, escolhida como operadora oficial do evento, foi projetada para
ter quatro vezes mais capacidade que a de Pequim. Para as Olimpíadas, a
organização esperava um volume de tráfego dez vezes maior que o
registrado em 2010 em Londres, onde a população é de 8,2 milhões de
habitantes.
De acordo com a apresentação da Teleco, o YouTube registrou 40% mais
tráfego no primeiro dia de competição, enquanto o Facebook teve um
aumento de 87% nos dois primeiros dias do evento. Na cerimônia de
abertura, o tráfego do aplicativo WhatsApp cresceu 430%, e a troca de
mensagens SMS teve um aumento de 182%.
Conforme a pesquisa, apesar da estrutura preparada para os Jogos
Olímpicos ter atendido as necessidades do evento, apenas 15% dos
usuários de internet 3G tentaram assistir a vídeos ao vivo pelo
smartphone. Destes, 70% não tiveram êxito. No primeiro dia da
competição, o tráfego de streaming de vídeos teve um aumento de 217%.
Conexão Wi-Fi
Para desafogar a rede de terceira geração (3G), a British Telecom
disponibilizou conexão Wi-Fi nos pontos com maior concentração de
público. Para isso, foram selecionados 94 locais, sendo 34 de
competição. Para as Olimpíadas, a BT também intensificou a implantação
da sua rede Wi-Fi em Londres, atingindo 500 mil hotspots.
Além disso, 80 estações de metrô foram atendidas com internet Wi-Fi. As
outras operadoras da cidade também fizeram um acordo de
compartilhamento da rede Wi-Fi da BT. Elas ofereceram o serviço de forma
gratuita a seus clientes em 4 mil hotspots, de acordo com a Teleco.
Compartilhamento
Para Eduardo Tude, a ação mais importante dos Jogos Olímpicos de 2012
foi o fato de as operadoras de telecomunicação terem unido e criado o
Joint Operators Olympic Group (JOOG) para promover o compartilhamento da
infraestrutura.
O JOOG permitiu o compartilhamento da cobertura feita em todo o Parque
Olímpico. Para isso, os equipamentos das operadoras ficavam juntos em um
grande local, denominado “BTS Hotel”, onde era feita a divisão do sinal
vindo da rede de antenas para cada uma. “Cada operadora estava presente
em todos os lugares, mas não foi cada uma pendurar sua antena ou torre
na Vila Olímpica porque isso viraria um caos”, opina Tude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário