A Telecom Itália, que controla no Brasil a empresa de telefonia móvel TIM,
procurou nesta quarta-feira (25) o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, para reclamar dos prejuízos do grupo após a suspensão de venda
de novas linhas da operadora em vários estados.
O presidente do grupo informou ao ministro que a perda de capital na
bolsa (ou seja, quanto o valor de mercado da empresa "encolheu" devido à
queda no valor das ações) chegou a US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 5
bilhões), segundo cálculos da própria empresa.
As operadoras de telefonia Claro, Oi e TIM estão impedidas de
comercializar chips e serviços de internet desde segunda-feira (23), em
estados onde lideraram os índices de reclamações sobre a qualidade de
seus serviços. A medida foi imposta pela Anatel na última quarta-feira (18).
Franco Bernabè, presidente da Telecom Itália, reclamou que as medidas
da Anatel teriam sido "excessivamente severas" e que poderia ter havido
uma mediação, segundo afirmou Paulo Bernardo.
"Mas reiterei que o governo tem feito um esforço progressivo há alguns
meses com objetivo de convencer as empresas de que elas têm que melhorar
a qualidade dos serviços", ponderou o ministro.
A TIM teria tido, segundo relatou Bernabè ao ministro, um "transtorno
enorme com os acionistas". Paulo Bernardo, contudo, afirmou que as
perdas não são definitivas. "A interrupção da venda provoca alguma
dificuldade para as empresas, mas a reclamação principal que eu ouvi foi
perda de valor de capital na bolsa, mas essa é uma perda momentânea que
pode ser revertida", disse o ministro.
Os empresários reclamaram ainda, disse o ministro, da dificuldade em
instalar novas antenas. "Todas as empresas têm reclamado da dificuldade
em instalar antena. [...] Embora eu não considere que seja o único
problema, acho que eles têm razão e precisamos fazer esforço para
melhorar isso", disse Paulo Bernardo.
O ministro afirmou o governo está elaborando um decreto que obrigas as
empresas de telefonia a compartilharem infraestrutura, como postes,
antenas e torres. "Precisamos racionalizar o uso da infraestrutura",
afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário