quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tablets ajudam a entreter as crianças nas férias com jogos e aplicativos

Cada vez mais conectadas, as crianças aprendem sozinhas a mexer nos gadgets dos pais para encontrar novas formas de diversão. Nas férias de julho, smartphones e tablets podem entreter o público infantil durante as viagens ou nas brincadeiras em casa.
Uma pesquisa da Nielsen divulgada em fevereiro deste ano nos Estados Unidos revelou que sete em cada dez crianças menores de 12 anos, que têm um tablet em casa, usam o aparelho. Conforme o estudo, 77% dessas crianças utilizam o dispositivo para jogar games, enquanto 55% recorrem ao tablet como forma de entretenimento durante as viagens.

Sophie, de 2 anos e 8 meses, ainda comete erros ao falar, mas consegue abrir um aplicativo no iPad com muita tranquilidade. O tablet da Apple pertence ao pai, Igor Gonçalves, de 44 anos. Porém, a adoração pelo aparelho já levou Sophie a chamar o iPad de “meu computador”.
Sophie, de 2 anos e 8 meses, chama o iPad do pai de 'meu computador' (Foto: Arquivo Pessoal)Sophie, de 2 anos e 8 meses, chama o iPad do pai de 'meu computador' (Foto: Arquivo Pessoal)
“Ela pega o tablet, desbloqueia a tela, clica no ícone do YouTube e procura os vídeos sozinha”, conta Gonçalves, que apenas mostrou a Sophie como abrir o site de vídeos do Google. “A gente brinca que ela nasceu com um chip. Não ensinamos nada e nem ficamos incentivando. Ela faz tudo sozinha”, diz.

Para Gonçalves, a facilidade com que Sophie usa o iPad mostra como o tablet se adequa a todos os públicos. “Ele é o futuro. Eu acredito que seu uso pode ser benéfico desde que, como pai, eu saiba controlar os tipos de aplicativos e o tempo que ela usa”. Se Gonçalves deixar, Sophie brinca no tablet durante uma hora ou até a bateria acabar.

Distração em viagens
Um iPad e um DVD portátil são itens básicos para as viagens com Enzo, de 2 anos 8 meses. “Já viajamos de avião para fora do país e o tablet é um alento, até mesmo em viagens de carro”, conta o pai, Fábio Nuno Gomes Martins, de 34 anos. “Colocamos o aparelho na frente do Enzo e ele esquece da vida”.
É possível usar a tecnologia a serviço da criança desde que o adulto seja o mediador do processo"
Marilene Proença, psicóloga
O gosto de Enzo pelo iPad começou quando ele tinha menos de 2 anos. O primeiro aplicativo que Martins baixou para o filho foi o da Galinha Pintadinha. Hoje, Enzo tem uma coleção de programas no tablet do pai. “Não vejo problema em ele usar o iPad, eu apenas não forço nada. Ele tem uns priminhos mais velhos que jogam videogames portáteis e não saem para a rua só por causa do aparelho. Não quero que chegue a esse vício. Mas acho que é uma forma de ele se desenvolver”, opina Martins.
A questão hoje é administrar o uso desses eletrônicos pelas crianças, segundo Marilene Proença, psicóloga do Departamento de Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade da Universidade de São Paulo (USP). “A regulação do acesso a esses aparelhos é um novo desafio para os adultos”, opina.
“É possível usar a tecnologia a serviço da criança desde que o adulto seja o mediador desse processo. Há muito conteúdo voltado a elas que os pais podem aproveitar para o seu desenvolvimento, sem deixar de lado as atividades ‘in loco’. Não é certo passar cultura apenas pelo iPad”, acrescenta Marilene.

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