O ministro da Saúde, Alexandre Padilha e o vice-presidente do Facebook
na América Latina, Alexandre Hohagen, lançaram na tarde desta
segunda-feira (30), em Brasília, uma ferramenta na rede social para
incentivar a doação de órgãos. A partir de agora, usuários do Facebook
no Brasil poderão colocar no perfil que são doadores de órgão.
A iniciativa já estava disponível a usuários de outros países e na
tarde desta segunda-feira, aos usuários brasileiros. O Facebook tem mais
de 37 milhões de usuários no Brasil.
Para se declarar um doador de órgãos, o usuário do facebook deve ir em
"atualização de status" e clicar em "evento da vida". A opção "saúde e
bem estar" vai aparecer e dentro dela: "doador de órgãos". Depois de
clicar em doador, deve colocar a opção "guardar".
"A experiência tem sido muito produtiva. Ao saber que seus amigos e
familiares declararam a intenção de doar, outras pessoas podem querer
fazer também. A funcionalidade já está no ar. Toda a vez que a pessoa
declara ser doador de órgão, aparece na time line [linha do tempo] da
pessoa", disse o vice-presidente do Facebook.
Segundo o ministro da Saúde, a intenção do ministério ao lançar a
ferramenta, que já está disponível em outros países, é conseguir
aumentar o número de doadores de órgãos. Mesmo com a disponibilidade, o
ministro ressaltou que a doação de órgãos só pode ser feita mediante a
autorização da família. Por este motivo, segundo o ministro, é
importante que o usuário coloque em seu perfil a intenção de doar órgãos
e que também converse sobre o assunto com os familiares e amigos.
"Temos uma carência de doadores. Por isto, queremos ampliar ainda mais.
Temos estrutura para absorver um número ainda maior de doadores.
Queremos aumentar mais a capacidade da população de ser doadora",
afirmou o ministro.
Segundo o Ministério da Saúde, nos quatro primeiros meses de 2012 foram
registrados 7.993 transplantes, um crescimento de 37% comparado ao
mesmo período de 2011, quando foram registrados 5.842 transplantes. O
transplante de coração teve um aumento de 61%.
De acordo com o ministro, o maior tempo de espera está nos transplantes
de rins. Segundo Padilha, os hospitais que fazem transplantes deste
órgão tiveram um reajuste de 30% para estimular a realização dos
procedimentos e redução do número de pessoas que aguardam na fila. O
valor pago para transplante de rim de doador morto passou de R$ 21,2 mil
para R$ 27,6 mil. No caso de transplante de rim de doador vivo, o valor
passou de R$ 16,3 mil para R$ 21,2 mil.
"O maior tempo de espera está nos transplantes de rins. Este período varia muito de acordo com os estados", disse o ministro.
Ainda segundo o ministério da Saúde, os órgãos que mais impulsionaram o
desempenho dos transplantes no Brasil nos quatro primeiros meses do ano
foram coração (61%), pulmão (44%), rim (35%) e fígado (32%).
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