O pedido de extradição feito pelos Estados Unidos para julgar o
fundador do site Megaupload, Kim Dotcom, por suposta pirataria
informática, foi adiado até 25 de março de 2013, informou nesta
terça-feira (10) à agência EFE o escritório de sua defesa na Nova
Zelândia.
“Processo de extradição adiado até março. Sujas táticas de atraso por
parte dos Estados Unidos. Eles destruíram meu negócio. Pegaram todos
meus bens. O tempo fará o resto”, denunciou Dotcom em sua conta no
Twitter.
A primeira audiência, que estava programada para 6 de agosto no
tribunal do distrito de North Shore, nos arredores da cidade de
Auckland, foi postergada devido à complexidade do processo e para dar
tempo de solucionar diversos assuntos legais vinculados ao caso.
Ira Rothken, advogado de Dotcom nos EUA, explicou que todas as partes
implicadas no processo se reuniram com o juiz do tribunal, David Harley,
segundo informou a rádio neozelandesa “NewstalkZB”. “Como as
autoridades neozelandesas [que representam os EUA] apresentaram
apelações e irão demorar um período razoável de tempo, eles concordaram
que faz sentido que o processo de extradição comece após serem ouvidas
as apelações”, explicou Rothken.
O advogado americano opinou que teria sido melhor para seu cliente
evitar um atraso para que ele e os outros três diretores do Megaupload
acusados na Nova Zelândia possam ter “uma resolução mais previsível e
rápida” a fim de “retomar sua vida normal”. Já Greg Towers, um dos
advogados de Dotcom em Auckland, comentou à rede neozelandesa “TVOne”
que o adiamento não é uma vantagem nem uma desvantagem.
Ordens ilegais
No fim de junho, a presidente do Alto Tribunal, Helen Winkelmann,
determinou que as ordens usadas para produzir a batida policial, em
janeiro, na mansão de Dotcom, nos arredores de Auckland, eram amplas
demais e não especificavam de forma apropriada os delitos atribuídos a
Dotcom, sendo, portanto, ilegais.
A decisão de Winkelman seguiu uma sentença prévia do juiz David Harvey,
determinando que os advogados de Dotcom deviam obter as cópias do
material confiscado. O Alto Tribunal neozelandês, no entanto, ainda não
se pronunciou sobre o destino das provas confiscadas nem sobre o acesso
ao material apreendido.
As prisões do fundador do Megaupload e de outros três executivos na
Nova Zelândia, todos eles em liberdade condicional, aconteceram durante
uma operação internacional contra a pirataria informática, que incluiu o
fechamento do site e mais detenções na Europa.
As autoridades dos EUA querem julgar sete diretores do Megaupload,
entre eles os quatro que foram detidos na Nova Zelândia por supostos
delitos relacionados à pirataria informática, crime organizado e lavagem
de dinheiro.
O Megaupload é acusado de ter causado mais de US$ 500 milhões em perdas
à indústria do cinema e da música ao transgredir os direitos de
propriedade intelectual de companhias e obter com isso um lucro de US$
175 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário